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Lucro da Copel cai para R$ 179,7 mi no 4º trimestre

Por Wellington Bahnemann

São Paulo - A estatal Companhia Paranaense de Energia (Copel) teve queda de 42,4% no lucro líquido do quarto trimestre de 2008, para R$ 179,7 milhões, conforme consta em balanço divulgado pela empresa na madrugada deste sábado. No mesmo período de 2007, a companhia obteve lucro líquido de R$ 312,242 milhões.

No resultado anual, a Copel registrou recuo de 2,5% no lucro do acumulado de 2008, passando de R$ 1,106 bilhão em 2007 para R$ 1,078 bilhão. Os números divulgados pela estatal são consolidados e ajustados à nova lei contábil brasileira, a Lei nº 11.638/07, em consonância com as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS, na sigla em
inglês).

A redução do lucro líquido no quarto trimestre de 2008 e no acumulado do ano passado reflete a combinação de baixo crescimento das receitas e da forte alta das despesas. De outubro a dezembro de 2008 ante igual intervalo de 2007, a receita líquida cresceu 1,7% (para R$ 1,402 bilhão) e as despesas operacionais, 13,5% (para R$ 1,098 bilhão). Na comparação anual, a receita líquida aumentou 4,9% (para R$ 5,458 bilhões) e as despesas, 10,5% (para R$ 3,981 bilhões).

Segundo a companhia, um dos principais motivos para o aumento das despesas foi o aumento dos custos com compra de energia para revenda. Em 2008, a estatal apurou alta nos gastos com a aquisição de eletricidade da hidrelétrica de Itaipu (que é cotada em dólar), na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e nos leilões de energia promovido pelo governo federal. Por conta desses fatores, a Copel registrou alta de 23,2% (para R$ 428,98 milhões) neste item entre os trimestres e de 26,2% (para R$ 1,615 bilhão) na comparação anual.

Vendas

As vendas de eletricidade da Copel cresceram 6% em 2008 ante 2007 para o chamado mercado cativo (atendido apenas pela subsidiária Copel Distribuição). No período, destaque para a expansão do consumo dos segmentos industrial e comercial, que aumentaram 7,8% e 6,6%, respectivamente. Na comparação trimestral, a demanda dos consumidores cativos da Copel Distribuição aumentou 4,9% apesar da crise econômica internacional, com destaque para a indústria (4,6%), o comércio (7,6%) e as residências (4,1%).

Porém, a comercialização feita pela subsidiária Copel Geração e Transmissão para os chamados clientes livres (basicamente constituído por grandes indústrias que podem escolher de quem comprar a eletricidade) caiu 18,9% no acumulado do ano passado e 29,1% nos últimos três meses de 2008. Isso demonstra que esses grandes consumidores foram os mais afetados pela crise financeira internacional, que se agravou em setembro do ano passado com a falência do banco americano Lehman Brothers.

Geração de caixa

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Copel, que mede a capacidade de geração de caixa da empresa, caiu 27,5% no quarto trimestre de 2008 ante igual intervalo de 2007, para R$ 380,761 milhões. No acumulado de 2008 contra 2007, o recuo foi de 7,4%, para R$ 1,851 bilhão. Segundo o balanço, contribuiu para a queda no indicador nos últimos três meses de 2008 o prejuízo na linha financeira de R$ 203 mil, contra um lucro de R$ 35,006 milhões de outubro a dezembro de 2007. No período, as receitas financeiras caíram 10,3% e as despesas subiram 23,1% - esse último por conta do impacto negativo da recente desvalorização cambial na dívida em moeda estrangeira.

Em 2008, a companhia investiu R$ 776 milhões nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia, em telecomunicações e em saneamento. Em 2009, a meta aprovada pelo Conselho de Administração da empresa é de R$ 1,113 bilhão para todas as áreas, com destaque para os R$ 774,7 milhões a serem aportados apenas no segmento de distribuição de energia elétrica - no ano passado, a estatal aplicou R$ 497,7 milhões nesta atividade.

A Copel atende 393 municípios no Estado do Paraná, totalizando 3,5 milhões de clientes (residenciais, rurais, industriais e comerciais).